A Síndrome dos Ovários Policísticos, também conhecida como SOP, segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) ela atinge cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva e é considerada a causa mais frequente de infertilidade em mulheres com anovulação crônica, ou seja, que não ovulam adequadamente e, esse distúrbio leva à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.
Trata-se de um distúrbio que geralmente se inicia na puberdade e é progressivo, causando um desequilíbrio hormonal.
É caracterizado pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos ovários e interferindo no processo de ovulação.
Em portadoras dessa síndrome, estes cistos permanecem e modificam a estrutura ovariana, tornando o órgão até três vezes mais largo do que o tamanho normal.
Cerca de 5% a 10% das mulheres em idade fértil sofrem com a Síndrome do Ovário Policístico (SOP).
Só no Brasil são aproximadamente 3 milhões de mulheres portadoras da doença, que pode aparecer em qualquer momento da vida fértil.
Em alguns casos ela surge após a primeira menstruação e segue até a menopausa, já em casos mais raros, pode surgir até mesmo com a mulher perto de atingir a menopausa.
Para se diagnosticar a SOP é necessário uma avaliação completa, que exclua variáveis como problemas com a tireóide ou a glândula supra-renal.
Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual, porém o exame de ultrassom isolado não é suficiente para fornecer o diagnóstico do problema.
Para investigar as causas da irregularidade menstrual ou das manifestações androgênicas, os médicos costumam pedir exames hormonais e para avaliar o metabolismo.
O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende.
Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não.
Os principais tratamentos são:
Anticoncepcionais orais. Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais hormonais como pílulas, anéis vaginais (DIU), implantes é um método que pode reduzir a formação dos microcistos, pois eles protegem os ovários, além de diminuir os níveis de hormônios masculinos e insulina.
A pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidade menstrual e cólicas.
Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa.
Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.
Para controlar os sintomas, hábitos saudáveis são importantes como: atividade física e manter uma alimentação saudável, especialmente quando a paciente apresenta obesidade.
Muitas mulheres só descobrem que têm o problema quando tentam ter filhos e não conseguem.
Quando a SOP é a única causa de infertilidade do casal, as chances de gravidez são excelentes após a correção do distúrbio ovulatório.
No entanto, elas podem responder demais à medicação e apresentarem, desconforto, característico de hiperestímulo dos ovários.
Assim, o tratamento das pacientes portadoras dessa síndrome deve ser individualizado e extremamente criterioso.
O tratamento ideal pode variar de acordo com o quadro clínico de cada paciente.
No caso da infertilidade, o especialista pode lhe indicar a indução da ovulação. Grande parte das mulheres responde bem ao tratamento e consegue engravidar.
Outra alternativa para essas pacientes é a Fertilização In Vitro, especialmente quando existem outras causas de dificuldade para engravidar além da ovulação comprometida.
Outra opção é a cauterização ovariana laparoscópica oudrillingovariano.
Esta técnica é frequentemente criticada pelo risco de formação de aderências e pelo potencial de comprometer a reserva ovariana.