O endométrio é um tecido que reveste o interior do útero, quando se diz que a paciente tem endometriose significa que esse tecido está fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexigas.
A mulher ovula todos os meses, pelo menos 1 óvulo. Para que um óvulo fecundado possa se implantar no endométrio ele precisa ficar mais espesso, dizemos que ele precisa estar trilaminar, como se fossem três lâminas, verificados com o auxílio de um ultrassom. Quando isso não ocorre, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.
É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.
Não há consenso médico sobre as causas que levam ao desenvolvimento da endometriose, de modo que ainda é difícil falar diretamente em prevenção. Entretanto, diversos estudos sobre as características das mulheres que têm a doença ajudam a medicina a se aproximar de maiores respostas.
Alguns estudos associam o padrão menstrual à ocorrência de endometriose: pacientes com fluxo mais intenso e mais frequente teriam mais risco de apresentar a doença.
Filhas e irmãs de pacientes com endometriose têm maior risco de também desenvolver o problema. A identificação genética poderia ajudar a entender melhor a doença, mas é ainda difícil saber o quanto os genes realmente são relevantes em relação a outros fatores, como etnia e fatores ambientais.
Para diagnosticar esta doença, o exame ginecológico é o primeiro passo, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: ultrassom transvaginal com preparo intestinal, laparoscopia, ressonância magnética, colonoscopia e um exame de sangue chamado CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização da biópsia.
A escolha do melhor tratamento dependerá do perfil de cada mulher. As alternativas hoje vão, desde tratamentos hormonais, como os anticoncepcionais, passando por cirurgias para a retirada das lesões, até tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro para mulheres que desejam engravidar.
Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento. Esta escolha deve ser individualizada, pois cada um dos tratamentos apresenta vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas de acordo com os sintomas, com a quantidade de endometriose e com os anseios e desejos de cada pessoa.
É fundamental procurar um médico ginecologista sempre que sentir anormalidades no ciclo menstrual, realizando anualmente os exames e acompanhando a saúde reprodutiva. Se a doença for diagnosticada, é importante iniciar o tratamento adequado, pois a endometriose está entre as causas mais comuns da infertilidade, mas a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.
Nesse caso, a alternativa para a paciente diagnosticada com Endometriose e que ainda deseja ser mãe, é buscar auxílio nas técnicas de Reprodução Assistida. É importante a procura de um especialista em Reprodução, ele vai te orientar sobre o melhor tratamento, solicitando alguns exames e analisando o seu caso.
Para saber mais sobre os tratamentos da Reprodução Assistida , confira no link: Fertilização In Vitro (FIV)