A transferência embrionária é a etapa final e de suma importância do processo de Reprodução Assistida.
O sucesso dessa fase do tratamento tem relação direta com a escolha dos embriões, aspecto do endométrio, escolha do período em que ocorrerá a transferência e da técnica do procedimento.
Os embriões podem ser transferidos a fresco ou após descongelamento.
A transferência de embriões em D3 ou D5 (blastocisto) permite uma melhor seleção dos embriões, principalmente quando em estágio de blastocisto.
A transferência dos embriões a fresco ocorre 3 a 5 dias após a coleta e fertilização dos óvulos com os espermatozoides.
Antes de realizar a transferência, é necessário avaliar os seguintes aspectos:
Quando o endométrio não se encontra receptivo, significa que as chances dos embriões implantarem e desenvolverem são quase nulas, por isso é importante prévia avaliação.
No caso da síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO), se forem transferidos embriões e o tratamento resultar em gestação (principal objetivo da reprodução assistida), há o risco de agravar o quadro de hiperestímulo podendo trazer consequência dramáticas à paciente.
Por este motivo não se recomenda a transferência de embriões em pacientes que apresentam SHO.
Algumas medicações interferem mais ou menos no ciclo endometrial.
Dessa forma, para serem transferidos embriões a fresco, é necessário que as medicações utilizadas para estimulação ovariana sejam de menor interferência possível.
O valor da progesterona, por sua vez, no dia do gatilho da ovulação, tem de ser monitorado rigorosamente já que valores acima do considerado ótimo estão relacionados com menores taxas de gestação.
Esses fatores devem ser avaliados pelo médico que realizará o procedimento a fim de garantir que sua transferência não acarrete riscos para você e que suas chances sejam as melhores possíveis.
A grande vantagem da transferência a fresco é que ela é realizada 3 a 5 dias após a fertilização. Não há espera para preparo endometrial.
Diferentemente do que ocorre com a transferência de embriões a fresco, a transferência de embriões congelados, consiste na técnica de fertilizar os óvulos com os espermatozoides e após 3 ou 5 dias realizar o congelamento desses embriões para serem transferidos futuramente, em um próximo ciclo, que pode ser o imediatamente após ou quando for da vontade da paciente.
Neste caso, o aspecto mais importante a ser avaliado antes da transferência é:
O endométrio tem de possuir as mesmas características de quando transferimos embriões a fresco, ou seja, tem de estar trilaminar e com espessura preferencialmente superior a 7mm.
Como a transferência ocorre em um segundo tempo a influência hormonal sob o endométrio é muito menor o que interfere muito menos no seu aspecto e nas dosagens hormonais.
Mesmo se houver SHO, como os embriões não serão transferidos imediatamente após a coleta dos óvulos, não há risco de agravamento e complicações mais severas decorrentes do hiperestímulo ovariano.
Em resumo, resultados atuais de estudos mundiais relacionam maior taxa de sucesso quando transferência de embriões congelados provavelmente pelo fato de não haver uma superexposição hormonal alterando a receptividade do endométrio.
Preparo endometrial é realizado com medicações via oral ou pode-se utilizar do ciclo natural (sem uso de medicamentos).
Se comparados aos índices de gravidez por transferência a “fresco”, a transferência de embriões congelados possui maior taxa de sucesso.
A explicação está na receptividade endometrial, sendo que nessa técnica de transferência de embriões congelados é possível realizar a injuria endometrial, procedimento realizado antes de transferir os embriões, que funciona como um complemento do tratamento, possibilitando uma maior chance de sucesso.
A decisão de quando transferir os embriões deve ser tomada em conjunto com a paciente e levando-se em consideração os aspectos levantados acima.
Se você tiver dúvidas sobre o assunto estamos a disposição para esclarecê-las.